Quem sou eu

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Fagundes, Paraíba, Brazil
Primeiramente, faço poemas porque amo escrever. Embora, talvez, meus textos não sigam padrões, não estejam certos e nem cheguem a categoria nenhuma, faço-o porque me sinto bem e acho isso o mais importante. E quanto a mim, não tenho características certas, pois no mundo em que vivemos não importa qual seja a sua verdade, cada um pensa aquilo que quer.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Nas Garras da Loucura- Eduarda Dantas


Para onde vai o amor,
Que saiu, passou por mim, me beijou e me deixou?
Ele anda perdido, desordenado no mundo,
Vivendo acompanhado, mas me parece sem rumo.
Vai sendo levado, como se tapassem sua visão.
Se sente incomodado,
Mas aos poucos, se acostuma com a situação.
Caminha por bares, festas, lugares
Ainda continua à habitar em nós.
Agora acompanhado,
Escuta o som de outra voz.
Será que irão ferir, aprontar, magoar?
Ou irão sorrir, ajudar, fazer amar?
O amor já não ver com seus olhos,
Tiraram-lhe a visão.
Está prestes a correr perigo,
Ou sofrer uma grande decepção.
E assim ele se vai,
Parece não ter mais cura.
Dizem que o amor é cego
Guiado pelos olhos da loucura.
                                                                                                             

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Inocente Morto- Eduarda Dantas


Aqui estou, jogado no chão quente do meio-dia. Vejo pessoas desconhecidas a me olharem deitado aqui na esquina. Apontam para mim, comentando entre eles o que havia acontecido.
Sinto alguém segurar a minha mão, é a minha mãe que, chorando, me beija. Ajoelha-se ao meu lado e com a outra mão, alisa meus cabelos. Parece não acreditar que tiraram minha vida.
No pouco tempo que me resta, me recordo do que ainda tinha que fazer. Estava à espera de uma moto, que eu iria ganhar nos meus dezoito anos, só faltavam 4 meses. Havia minha namorada, que ontem descobriu que não era a única a sair comigo. Também tinha os amigos, as festas, as viagens que fazíamos e estávamos marcando outra para esse próximo final de semana, sem conhecimento de nossos pais. Estava procurando um emprego, mas enquanto ele não chegasse, iria me divertir. “Nossa, minha mãe vai me matar!” esqueci de tirar as minhas roupas sujas do quarto pra ela poder lavar.
Eu também iria fazer a... a... eu não lembro mais! Estou sentindo um grande aperto em meu peito. Sinto o meu sangue se misturar com esse asfalto. Percebo que meus olhos já não aguentam mais estarem abertos e meu coração parece estar parando.
Está doendo meu peito, estou largando a mão da minha ‘velha’. Eu nunca a vi chorar tanto por mim. Ela pede que eu não a deixe, mas me sinto fraco, sem forças para continuar ali. Queria poder lhe dizer  obrigado por tudo e me desculpar pelas tantas travessuras, pela roupa suja também. Por tantas vezes que fui um moleque e não agi como um homem. Por tantas mentiras e por aquelas que ainda iriam acontecer.
Agora, nem mentiras e nem verdades. Fui acertado bem no meio do peito, vítima de uma bala perdida das muitas que acontecem por aí. Mas me pergunto, “Por que comigo? Por que estava ali naquela hora? Por quê?”.
Já não adianta fazer questionamentos, talvez um dia descubram os “porquês” desse acontecido. Pois estou vendo tudo preto e a visão que tenho da minha mãe vai sumindo. Meus olhos agora se fecham de uma vez, para não mais abrirem.


* Baseado em Fatos Reais

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Sorrir- Eduarda Dantas

Sorrir quando as sombras dos temores vierem te atormentar e as mordaças dos teus medos te impedirem de sonhar.
Sorrir quando perceberes a solidão bem junto a ti e as angústias aparecerem, te impedindo de seguir.
Sorrir quando a dor e a fraqueza em ti se encontrarem e teus sofreres e teus tormentos ao teu lado quiserem caminhar.
Sorrir quando achares que o sol perdeu a sua luz e que em teu corpo cansado , sentires o peso de uma cruz.
Sorrir quando não mais vires emoção nos teus dias, nem qualquer palavra dita te trouxer a calmaria.
Sorrir pra mostrar que andas de bem e, ao notar que tu sorris, todo mundo pensará que és feliz.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Angústia - Eduarda Dantas


Onde o vento sopra forte
E o navio se vai numa longa tempestade,
Vai assim a minha vida em caminhos de pouca felicidade.
Um sorriso que não se encontra no rosto,
Uma frieza que cala o coração,
Uma mistura de tristeza, raiva e medo
Em trajes de grande decepção.
O choro contido,
Um riso escondido,
Estou quase entregue ao perigo,
Mas com ânsia de voltar.


quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Velha Infância- Eduarda Dantas

Quando criança, percebia que pra ser feliz não precisava de muita coisa. Meu sorriso estampava-se em apenas conseguir fazer uma bola de sabão bem grande num canudo. Achava-me importante quando misturava os ingredientes para fazer um bolo, e um pouco mimada por ser a caçula.
Época boa era a de são João. Meus dentes pretos do milho assado, os fogos, as fogueiras e as simpatias que os mais velhos faziam dizendo dar certo, era a alegria da época. Eu não entendia o que eram aquelas brasas numa bacia ou uma aliança batendo num copo, só ouvia a discussão do pessoal dizendo que a simpatia só dava certo para quem acreditava.
Quando chegava dezembro, a ansiedade era grande para arrumar a sala. “Uma bolinha aqui, aquele enfeite ali”, e meu presente só iria chegar na noite de natal. Pedi a papai Noel uma sandália que vinha com uma boneca. Com o tempo, mais crescidinha, sabia que era minha mãe quem comprava os presentes para pôr na árvore, mas fingia não saber de nada para continuar ganhando.
Pula-corda, amarelinha, pique - esconde... ah, que saudade! Eu e meus amigos íamos brincar na rua e a brincadeira só terminava quando uma de nossas mães nos chamava da porta de suas casas, dizendo que já era hora de dormir.
Quando ia me deitar, lembro-me que rezava. Por vezes a oração era rápida ou eu acabava dormindo antes de terminá-la, mas rezava como quem amava.
Hoje, sinto uma enorme saudade daquele tempo em que as lágrimas que escorriam em meu rosto eram devido aos meus joelhos machucados, não por pessoas que ferem e deixam marcas.
Percebi que, quando criança, eu dava mais valor ao simples, pois me encantava em ver as belas cores do arco-íris e me imaginava tocando o céu. Hoje, parece que as cores do arco-íris não tem mais tanta beleza e o céu é tão alto que meus pés jamais se esticariam,  tanto, para eu tocá-lo
Ser forte antes era pra quem tinha coragem, hoje é pra quem tem força. Ser popular era pra quem tinha dignidade, hoje pra quem tem dinheiro.
Atos de respeito como um “bença pai, bença mãe”, estão se desfazendo. A confiança está em extinção e os pensamentos inocentes também.
Se no meu tempo de criança eu soubesse o que sei do mundo hoje, jamais teria crescido.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Barulho- Eduarda Dantas


Em casa só,
Cadernos e livros à mesa.
Aqui me encontro a escutar os grilos vindo a me dizer que já anoiteceu
Ora, tremendo barulho!
Vizinhos com sons alterados e musicas soltas pelo ar.
Numa rede ao barulho da noite
Fico eu por uns cinco minutos, sobre ela,
A imaginas presentes, passados e porque não futuros?
Em meio a pensamentos
Vou esquecendo do barulho provocado na noite
E dou lugar as minhas infinitas imaginações de tempos verbais.
Quando chego em minhas observações principais,
O telefone toca,
O portão se abre,
A televisão é ligada.
Chega alguém em casa.
Por fim, não mais estou só.
Me disperso do meu imaginário
E o barulho retoma ao seu estado normal.



quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Por não ser perfeita tenho a Deus- Eduarda Dantas


Por vezes, ouvi da boca de muitos comentarem sobre a minha inconstância. Falaram de minhas complicações, dúvidas e incertezas. Apontaram-me, pois, como um alguém de muitos “defeitos”. Um vaso que, sem demora, precisava ser restaurado.
Ouvindo muitos falarem e terem opiniões formadas sobre mim, adaptei-me e aceitei a ideia de que eu era esse grupo de inconstâncias realmente. O que não imaginava é que fossem criar mais um atrativo para comigo. Encontraram mais um defeito; disseram que eu não tinha opinião própria.
Ora! Certamente não tenho opinião formada mesmo. Sou completa de dúvidas e incertezas, mas tenho alguém em quem posso depositar toda a minha confiança, o qual é o meu refúgio e fortaleza. Um ser a qual eu posso confessar tudo, apegar-me nos momentos de dificuldades e gloriar-me nas dádivas da vida.
Eu posso confiar em alguém que, ao contrário de mim, não apresenta defeito algum. Eu confio no Divino, pois ele é mais, mesmo se eu não for.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Enquanto eu reclamo... - Eduarda Dantas


Quisera eu poder me satisfazer com todas as coisas do meu cotidiano. Reclamo, reclamo, reclamo... vivo reclamando de várias coisas; de um almoço “sem graça”, de ter amanhecido com olheiras ou até mesmo com uma espinha desagradável.
Que tamanho de reclamação é essa que não passa de bobagens ou paranóias de uma simples adolescente?
Reclamar da vida é o que mais fazemos. Agradecer por tê-la passa quase despercebida.
Tivera eu que aprender a agradecer pelo que tenho quando pude ver, fatalmente, uma amiga morrendo, sem forças e querendo, ao menos, um pouco da minha saúde. Minha amiga estava com câncer. Foi de repente e logo a doença se expandiu. Inicialmente era na mama, depois detectaram um tumor na cabeça. Ela era e é forte. Ela é sensacional! Pude compreender que aquele estado no qual minha amiga se encontrava poderia ser qualquer um, até mesmo eu. Ver que ela estava morrendo aos poucos e não poder fazer nada, me doía muito. E enquanto eu reclamava de uma espinha inesperada em meu rosto, ela agradecia por ainda continuar viva.
Percebi que nessa situação eu era totalmente inútil, eu era absolutamente um nada.
Minha amiga estava morrendo e o que eu podia fazer era, unicamente, ficar ao seu lado e pedir interseção por ela. Compreendi que nessa situação eu não servia para nada, mas no entanto, eu não saberia ficar longe dela.

Novo eu- Eduarda Dantas


Não me veja mas como aquela criança de cabelos amarrados com “marias chiquinhas”,
Nem com aquela boneca, na qual eu carregava em meus braços.
Minha infância foi muito linda,
Aproveitei o quanto pude,
Mas agora vivo outra fase.
Eu mudei!
Tente me ver como sou agora:
Agrado para alguns e deixo a desejar para outros.
É simples, ninguém é querido por todos.
Não observe em tudo que eu faço,
Assim como qualquer outro, preciso de privacidade.
Não interessa o que fiz ou o que deixei de fazer no passado.
Não vivo de recordação e sim do presente.
Agradar não é o meu forte;
Iludir não me convém;
Se quiser gostar de mim, me aceite como sou,
Não como você quer que eu seja.
Se não gostar de mim nem tente me prejudicar.
Sou forte;
Sou companheira;
Mais não sou santa.
Sou mais do que o seu olho pode ver.
Se me tentar derrubar de um penhasco,
Eu irei dizer sorrindo pra você:
- E daí? Eu realmente queria voar.              

Desenho- Eduarda Dantas


Lembro-me de quando, com muito esforço de minha parte, e amor da sua, pegastes em minha mão e juntas tentamos fazer meus primeiros rabiscos num papel.
Fizemos então uma montanha e um lindo sol que sorria para nós. Uma casa que faltava a porta e que ficava bem próxima de onde eu desenhara as nuvens.
Aos poucos, meus rabiscos foram tomando formas e agora não mais contava com a ajuda da sua mão. Ela se fora desde que eu consegui fazer meu primeiro desenho sozinha. Um bonequinho meio desengonçado.
Então depois, desenhei uma pessoa, bonita ao meu ver. Pintei até suas roupas de azul e vermelho, iguaiszinhas as cores que você usara da última vez em que a vi desenhar comigo. Então procurei-te, pois ainda achava necessário um toque final que só você saberia dar na minha bela ilustração. Fiquei aperriada, pois não lhe encontrei. Daí,  baixei meus olhos tristes em direção mesa, onde estava meu desenho. Percebi assim, que havia lhe desenhado e você sorria para mim, como da última vez que vi seu riso, simples e sincero.
Senti uma lágrima rolar em meu rosto indo ao encontro do papel, como se ela sentisse sua falta também.
Você agora se tornou o desenho, que com muita saudade, ficará guardado comigo, pois não lhe esquecerei em um canto qualquer.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Hoje- Eduarda Dantas


Eis que posso ouvir novamente as batidas do teu coração com mais velocidade;
Ouço novamente a mais intensa leveza do som da tua voz a me chamar junto a ti.
O que aconteceu no passado, meu bem, não mais importa;
O que irá acontecer amanhã não me desperta curiosidade.
Voltamos a cruzar os nossos pensamentos,
Voltei a te encontrar em meus sonhos,
Nas suas imaginações, mais uma vez, ocupo um bom tempo.
A intensidade dos nossos momentos já estão marcados novamente,
E construímos um mais novo sonho.
A chama que nos aquece nos surpreende.
O medo da poeira chegar e, mais uma vez, apagar a nossa lareira está sendo superado.
Caso aconteça algum tremendo incêndio, já sabemos como dominá-lo.
Se o amanhã não acontecer da nossa maneira e se nossas imaginações não coincidirem com a realidade do mundo, meu bem, eu saberei que por um momento tivemos os nossos planos, os nossos sonhos, as nossas imaginações.
A chama voltou a acender;
O vento que hoje sopra é incapaz de apagá-la.
Meu bem, na intensidade desse nosso mais novo sonho, o hoje foi feito especialmente pra dizer que te amo.

Mudança - Eduarda Dantas

Transformando solidão em poesia;
Criando nova melodia para à musica;
Enxergando o que antes não se via;
Compreendendo o quanto era estúpida.
Vendo a realidade;
Deixando de lado a fantasia;
Aprendendo a lidar com verdades;
Sentindo o que antes não me comovia.
Conhecendo quem realmente é você;
E quanto peso me causou;
Observando o que fez de mim
E como agora eu estou.
O peso superei;
O cansaço já passou;
Eu me livrei de você;
Nova pessoa eu sou.
Eu me descobri;
Vi o que posso mudar e ser;
Eu mudei por mim;
Em nenhum momento por você.