Quem sou eu

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Fagundes, Paraíba, Brazil
Primeiramente, faço poemas porque amo escrever. Embora, talvez, meus textos não sigam padrões, não estejam certos e nem cheguem a categoria nenhuma, faço-o porque me sinto bem e acho isso o mais importante. E quanto a mim, não tenho características certas, pois no mundo em que vivemos não importa qual seja a sua verdade, cada um pensa aquilo que quer.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Barulho- Eduarda Dantas


Em casa só,
Cadernos e livros à mesa.
Aqui me encontro a escutar os grilos vindo a me dizer que já anoiteceu
Ora, tremendo barulho!
Vizinhos com sons alterados e musicas soltas pelo ar.
Numa rede ao barulho da noite
Fico eu por uns cinco minutos, sobre ela,
A imaginas presentes, passados e porque não futuros?
Em meio a pensamentos
Vou esquecendo do barulho provocado na noite
E dou lugar as minhas infinitas imaginações de tempos verbais.
Quando chego em minhas observações principais,
O telefone toca,
O portão se abre,
A televisão é ligada.
Chega alguém em casa.
Por fim, não mais estou só.
Me disperso do meu imaginário
E o barulho retoma ao seu estado normal.



quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Por não ser perfeita tenho a Deus- Eduarda Dantas


Por vezes, ouvi da boca de muitos comentarem sobre a minha inconstância. Falaram de minhas complicações, dúvidas e incertezas. Apontaram-me, pois, como um alguém de muitos “defeitos”. Um vaso que, sem demora, precisava ser restaurado.
Ouvindo muitos falarem e terem opiniões formadas sobre mim, adaptei-me e aceitei a ideia de que eu era esse grupo de inconstâncias realmente. O que não imaginava é que fossem criar mais um atrativo para comigo. Encontraram mais um defeito; disseram que eu não tinha opinião própria.
Ora! Certamente não tenho opinião formada mesmo. Sou completa de dúvidas e incertezas, mas tenho alguém em quem posso depositar toda a minha confiança, o qual é o meu refúgio e fortaleza. Um ser a qual eu posso confessar tudo, apegar-me nos momentos de dificuldades e gloriar-me nas dádivas da vida.
Eu posso confiar em alguém que, ao contrário de mim, não apresenta defeito algum. Eu confio no Divino, pois ele é mais, mesmo se eu não for.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Enquanto eu reclamo... - Eduarda Dantas


Quisera eu poder me satisfazer com todas as coisas do meu cotidiano. Reclamo, reclamo, reclamo... vivo reclamando de várias coisas; de um almoço “sem graça”, de ter amanhecido com olheiras ou até mesmo com uma espinha desagradável.
Que tamanho de reclamação é essa que não passa de bobagens ou paranóias de uma simples adolescente?
Reclamar da vida é o que mais fazemos. Agradecer por tê-la passa quase despercebida.
Tivera eu que aprender a agradecer pelo que tenho quando pude ver, fatalmente, uma amiga morrendo, sem forças e querendo, ao menos, um pouco da minha saúde. Minha amiga estava com câncer. Foi de repente e logo a doença se expandiu. Inicialmente era na mama, depois detectaram um tumor na cabeça. Ela era e é forte. Ela é sensacional! Pude compreender que aquele estado no qual minha amiga se encontrava poderia ser qualquer um, até mesmo eu. Ver que ela estava morrendo aos poucos e não poder fazer nada, me doía muito. E enquanto eu reclamava de uma espinha inesperada em meu rosto, ela agradecia por ainda continuar viva.
Percebi que nessa situação eu era totalmente inútil, eu era absolutamente um nada.
Minha amiga estava morrendo e o que eu podia fazer era, unicamente, ficar ao seu lado e pedir interseção por ela. Compreendi que nessa situação eu não servia para nada, mas no entanto, eu não saberia ficar longe dela.

Novo eu- Eduarda Dantas


Não me veja mas como aquela criança de cabelos amarrados com “marias chiquinhas”,
Nem com aquela boneca, na qual eu carregava em meus braços.
Minha infância foi muito linda,
Aproveitei o quanto pude,
Mas agora vivo outra fase.
Eu mudei!
Tente me ver como sou agora:
Agrado para alguns e deixo a desejar para outros.
É simples, ninguém é querido por todos.
Não observe em tudo que eu faço,
Assim como qualquer outro, preciso de privacidade.
Não interessa o que fiz ou o que deixei de fazer no passado.
Não vivo de recordação e sim do presente.
Agradar não é o meu forte;
Iludir não me convém;
Se quiser gostar de mim, me aceite como sou,
Não como você quer que eu seja.
Se não gostar de mim nem tente me prejudicar.
Sou forte;
Sou companheira;
Mais não sou santa.
Sou mais do que o seu olho pode ver.
Se me tentar derrubar de um penhasco,
Eu irei dizer sorrindo pra você:
- E daí? Eu realmente queria voar.              

Desenho- Eduarda Dantas


Lembro-me de quando, com muito esforço de minha parte, e amor da sua, pegastes em minha mão e juntas tentamos fazer meus primeiros rabiscos num papel.
Fizemos então uma montanha e um lindo sol que sorria para nós. Uma casa que faltava a porta e que ficava bem próxima de onde eu desenhara as nuvens.
Aos poucos, meus rabiscos foram tomando formas e agora não mais contava com a ajuda da sua mão. Ela se fora desde que eu consegui fazer meu primeiro desenho sozinha. Um bonequinho meio desengonçado.
Então depois, desenhei uma pessoa, bonita ao meu ver. Pintei até suas roupas de azul e vermelho, iguaiszinhas as cores que você usara da última vez em que a vi desenhar comigo. Então procurei-te, pois ainda achava necessário um toque final que só você saberia dar na minha bela ilustração. Fiquei aperriada, pois não lhe encontrei. Daí,  baixei meus olhos tristes em direção mesa, onde estava meu desenho. Percebi assim, que havia lhe desenhado e você sorria para mim, como da última vez que vi seu riso, simples e sincero.
Senti uma lágrima rolar em meu rosto indo ao encontro do papel, como se ela sentisse sua falta também.
Você agora se tornou o desenho, que com muita saudade, ficará guardado comigo, pois não lhe esquecerei em um canto qualquer.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Hoje- Eduarda Dantas


Eis que posso ouvir novamente as batidas do teu coração com mais velocidade;
Ouço novamente a mais intensa leveza do som da tua voz a me chamar junto a ti.
O que aconteceu no passado, meu bem, não mais importa;
O que irá acontecer amanhã não me desperta curiosidade.
Voltamos a cruzar os nossos pensamentos,
Voltei a te encontrar em meus sonhos,
Nas suas imaginações, mais uma vez, ocupo um bom tempo.
A intensidade dos nossos momentos já estão marcados novamente,
E construímos um mais novo sonho.
A chama que nos aquece nos surpreende.
O medo da poeira chegar e, mais uma vez, apagar a nossa lareira está sendo superado.
Caso aconteça algum tremendo incêndio, já sabemos como dominá-lo.
Se o amanhã não acontecer da nossa maneira e se nossas imaginações não coincidirem com a realidade do mundo, meu bem, eu saberei que por um momento tivemos os nossos planos, os nossos sonhos, as nossas imaginações.
A chama voltou a acender;
O vento que hoje sopra é incapaz de apagá-la.
Meu bem, na intensidade desse nosso mais novo sonho, o hoje foi feito especialmente pra dizer que te amo.

Mudança - Eduarda Dantas

Transformando solidão em poesia;
Criando nova melodia para à musica;
Enxergando o que antes não se via;
Compreendendo o quanto era estúpida.
Vendo a realidade;
Deixando de lado a fantasia;
Aprendendo a lidar com verdades;
Sentindo o que antes não me comovia.
Conhecendo quem realmente é você;
E quanto peso me causou;
Observando o que fez de mim
E como agora eu estou.
O peso superei;
O cansaço já passou;
Eu me livrei de você;
Nova pessoa eu sou.
Eu me descobri;
Vi o que posso mudar e ser;
Eu mudei por mim;
Em nenhum momento por você.