Lembro-me de quando, com muito esforço de minha parte, e amor da sua, pegastes em minha mão e juntas tentamos fazer meus primeiros rabiscos num papel.
Fizemos então uma montanha e um lindo sol que sorria para nós. Uma casa que faltava a porta e que ficava bem próxima de onde eu desenhara as nuvens.
Aos poucos, meus rabiscos foram tomando formas e agora não mais contava com a ajuda da sua mão. Ela se fora desde que eu consegui fazer meu primeiro desenho sozinha. Um bonequinho meio desengonçado.
Então depois, desenhei uma pessoa, bonita ao meu ver. Pintei até suas roupas de azul e vermelho, iguaiszinhas as cores que você usara da última vez em que a vi desenhar comigo. Então procurei-te, pois ainda achava necessário um toque final que só você saberia dar na minha bela ilustração. Fiquei aperriada, pois não lhe encontrei. Daí, baixei meus olhos tristes em direção mesa, onde estava meu desenho. Percebi assim, que havia lhe desenhado e você sorria para mim, como da última vez que vi seu riso, simples e sincero.
Senti uma lágrima rolar em meu rosto indo ao encontro do papel, como se ela sentisse sua falta também.
Você agora se tornou o desenho, que com muita saudade, ficará guardado comigo, pois não lhe esquecerei em um canto qualquer.
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