Eu a via todos os dias, de tardezinha. Ali, bem ali, em cima naquela pedra, com as mãos abraçando os joelhos dobrados e um olhar fixo para o mar, por horas e horas... A expressão do seu rosto era de quem procurava algo, de quem buscava ver ou estar com alguém, mas ela sempre saía da mesma forma como chegava: sozinha! Eu a olhava como quem quisesse conhecê-la, quem sabe até ajudá-la, mas não sabia como ir até lá... A curiosidade mexia comigo: “o que será que aquela menina pensava, a quem esperava, quem era ela?” Não poderia saber! E se eu chegasse como quem não quer nada e sentasse ali, pensei. “Não, não posso! Ela pode não gostar.” Então não fui! Mas a via sempre, e gostava de vê-la sentada ali. Da varanda da minha casa eu sorria na direção dela, e a olhava até o momento dela ir embora. Nela eu via um mistério, mas um jeito doce de viver esperando por sei lá o que... E dava asas à imaginação que me transportava para perto da menina da praia, e ria comigo mesmo por está parecendo um idiota que nada fazia, só sonhava... certa tarde ela não veio, para o meu espanto! Teria de haver um motivo para a falta dela naquela tarde. O que teria sido? E como iria saber? Então corri, fui até a pedra onde ela sempre sentava e encontrei, no meio de duas pequenas pedras, uma garrafa com um bilhete dentro, em seu lugar. O papel, com letras nítidas, dizia o seguinte: “SONHAR SÓ NÃO BASTA, TENTAR SERIA A OPÇÃO! É PRECISO PERDER DE VISTA PARA SÓ ENTÃO QUERER IR AO ENCONTRO. O VENTO SOPRA FORTE E NOS LEVA PARA OUTROS LUGARES E AS PESSOAS NEM LEMBRAM QUE EXISTEM OUTRAS PRAIAS E OUTRAS PEDRAS ESPERANDO PARA SEREM VISTAS TAMBÉM”. Eu cheguei tarde, havia perdido, então chorei...
Você escreve muito bem , amei os textos e vou continuar lendo. São muito lindos ^^
ResponderExcluirBeijos ,
Eduarda D. Piotroski
Obrigada Duda,
ExcluirSinta-se avontade para vir aqui quando quiser..
3
um abraço! ;D